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PINCELADAS DE ARTE IV

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1PINCELADAS DE ARTE IV Empty PINCELADAS DE ARTE IV Sáb Nov 15, 2014 6:55 pm

Flavio Fernandes

Flavio Fernandes
Admin

Está série de documentários curtos, retratam de forma maravilhosa e ao mesmo muito profunda, estudos de diversas obras de arte, dos maiores mestres de todos os tempos, bem como da a indicação de onde encontram-se tais obras.

Caravaggio - A Vocação De São Mateus

A Vocação de São Mateus ou Invocação de São Mateus é uma pintura realizada pelo o pintor barroco italiano Caravaggio concluída em 1599-1600 para a Capela Contarelli em San Luigi dei Francesi, onde ainda se conserva em Roma. Mais de uma década antes, o cardeal Matteo Contarelli tinha deixado fundos e as instruções específicas para a decoração de uma capela com base em temas de seu santo padroeiro.

A pintura retrata a história do Evangelho de Mateus (Mateus 9:9 - conhecida como Chamado de Mateus): Partindo Jesus dali, viu sentado na coletoria um homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu.
As três telas adjacentes de Caravaggio na capela Contarelli representam uma mudança decisiva do maneirismo idealizante de que d'Arpino foi o último grande praticante, e a arte nova, mais naturalista representado por Caravaggio e Annibale Carracci. Foi uma das primeiras pinturas religiosas, expostas ao público, na que se dava uma representação realista.
A tela se executou em torno de dois planos paralelos: o superior, ocupado só por uma janela, e o inferior, no que se representa o momento preciso no que Cristo apontando a são Mateus o chama ao apostolado.O santo está sentado frente a uma mesa com um grupo de pessoas, vestidas como os contemporâneos de Caravaggio, como numa cena de taberna. Cristo traz a luz verdadeira a este espaço escuro dos angariadores de impostos. Para acentuar a tensão dramática da imagem e focalizar sobre o grupo dos protagonistas a atenção de quem olha, recorre ao expediente de submergir a cena numa penumbra cortada por raios de luz branca, que faz emergir os gestos, as mãos, ou parte da roupa, e deixa quase invisível o resto.
Apenas São Mateus enxerga o Cristo e reconhece o seu chamado. Alguns olhares estão tão atentos em contar o dinheiro que nem o percebem. Outros percebem uma presença, mas não reconhecem, não enxergam o Cristo. Alguém chega a passar perto de Cristo, mas está visivelmente desatento.



Botticelli - O Nascimento de Vênus

O Nascimento de Vénus é uma pintura de Sandro Botticelli, encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco de Médici para a Villa Medicea di Castello.
A obra está exposta na Galleria degli Uffizi, em Florença, na Itália. Consiste de têmpera sobre tela e mede 172,5 cm de altura por 278,5 cm de largura.
A pintura representa a deusa Vênus emergindo do mar como mulher adulta, conforme descrito na mitologia romana.
É provável que a obra tenha sido feita em 1485, sob encomenda para Lorenzo di Pierfrancesco de Médici, que a teria pedido para enfeitar sua residência, a Villa Medicea di Castello. Alguns estudiosos sugerem que a Vênus pintada para Pierfrancesco, e mencionada por Giorgio Vasari, teria sido outra que não a obra exposta em Florença e estaria perdida até o momento.
Alguns acreditam[quem?] que a obra seja homenagem ao amor de Juliano de Médici (que morreu em 1478, na Conspiração dos Pazzi) por Simonetta Vespúcio, que viveu em Portovenere, uma cidadela à beira-mar. Qualquer que tenha sido a inspiração do artista, parecem haver influências de obras como "Metamorfoses" e "Fasti", ambas de Ovídio, e "Versos", de Poliziano.
No quadro, a deusa clássica Vênus emerge das águas em uma concha, sendo empurrada para a margem pelos Ventos D'oeste, símbolos das paixões espirituais, e recebendo, de uma Hora (as Horas eram as deusas das estações), uma manto bordado de flores. Alguns especialistas argumentam que a deusa nua não representaria a paixão terrena, carnal, e sim a paixão espiritual. Apresenta-se de forma similar a antigas estátuas de mármore (cujo candor teria inspirado o escultor do século XVIII Antonio Canova), esguia e com longos membros e traços harmoniosos.
O efeito causado pelo quadro, no entanto, foi um de paganismo, já que foi pintado em época em que a maioria da produção artística se atinha a temas católicos. Por isso, chega a ser surpreendente que o quadro tenha escapado das fogueiras de Savonarola, que consumiram outras tantas obras de Botticelli que teriam "influências pagãs".
A anatomia da Vênus, assim como vários outros detalhes menores, não revela o estrito realismo clássico de Leonardo da Vinci ou Rafael. O pescoço é irrealisticamente longo e o ombro esquerdo posiciona-se em ângulo anatomicamente improvável. Não se sabe se tais detalhes constituiram erros artísticos ou licença artística, mas não chegam a atrapalhar a beleza da obra, e alguns chegam a sugerir que seriam presságios do vindouro Maneirismo.



Velázquez: As Fiandeiras

Velázquez distribuiu uma série de símbolos na tela "As fiandeiras", fazendo referência à mitologia, mas também a conhecimentos da época. O episódio da série Pinceladas de Arte discute esses aspectos.



Théodore Géricault: A Balsa De Medusa

A Balsa da Medusa (em francês: Le Radeau de la Méduse) é uma pintura a óleo de 1818–1819 pelo pintor da época do romantismo e litógrafo Théodore Géricault (1791–1824). Está exposta no Museu do Louvre, Paris



Tintoretto: O Lava Pés

Tintoretto, como era conhecido Jacopo Robusti, (Veneza, ca. 1518 — 31 de Maio de 1594) foi um dos pintores mais radicais do Maneirismo. Por sua energia fenomenal em pintar, foi chamado Il Furioso, e sua dramática utilização da perspectiva e dos efeitos da luz fez dele um dos precursores do Barroco. Seu pai, Battista Comin, era tintore (tingia seda), o que lhe valeu o apelido.

Na infância, Jacopo, um pintor nato, começou a decorar as paredes da tinturaria paterna. Vendo seu talento, seu pai levou-o à oficina de Ticiano, na época com mais de cinquenta anos, para aprender o ofício. Dizem que o mestre ficou pouco tempo com ele, por ter percebido o talento e a independência do menino, o que faria dele um pintor, mas não um bom aprendiz. Tintoretto estudou então por conta própria, observando as obras dos grandes mestres. Mas continuou admirador, nunca um amigo de Ticiano, e mais tarde adotou como lema em seu estúdio a frase O desenho de Michelangelo e a cor de Ticiano.

Ele estudou especialmente alguns modelos de Michelangelo, e se tornou especialista em modelagem no método de cera e clay. Seus modelos eram às vezes, corpos usados em aulas de anatomia.

Tintoretto começou ajudando o pintor Schiavone, seu amigo, a decorar paredes. Na sequência conseguiu encomendas para seu próprio trabalho. Seus dois primeiros trabalhos foram murais descritos como A Festa de Balthasar e Carga de Cavalaria, sem maiores notícias. Seu primeiro trabalho a ter repercussão foi um retrato dele e seu irmão com um efeito noturno, como os anteriores também perdido. Uma das pinturas iniciais ainda existentes está na igreja de Carmine, em Veneza, a Apresentação de Jesus no Templo. Em São Benedito estão A Anunciação e Cristo e a Mulher de Samaria. Para a Escola da Trindade (na verdade um hospital e asilo em Veneza) ele pintou quatro passagens do Gênesis, duas delas, Adão e Eva e Morte de Abel, atualmente na Academia Veneziana, mostram um trabalho nobre de alta maestria, que não deixam dúvidas que Tintoretto nessa época já era um pintor consumado, um dos poucos que conseguiram reconhecimento sem um aprendizado formal.

Durante o ano de 1546, Tintoretto pintou para a igreja da Madona do Horto três de seus melhores trabalhos, A Confecção do Calf Dourado, Apresentação da Virgem no Templo e Último Julgamento (vergonhosamente repintada). Esta igreja em estilo gótico em Fondamenta dei Mori, próxima a Murano, Veneza, existe ainda. Em 1548 recebeu a encomenda de quatro quadros para a Escola de São Marcos, Encontrando o Corpo de São Marcos em Alexandria (atualmente em Murano), O corpo do Santo trazido a Veneza e Votos do Santo (ambos em Veneza, na biblioteca do palácio real). Finalmente O Milagre do Escravo, celebrada obra que é uma das glórias da Academia Veneziana, representa a lenda de um escravo cristão torturado em punição por devoção ao santo e salvo por um milagre.

Estes quatro trabalhos foram recebidos com geral aplauso. Seus tempos de obscuridade terminaram. Era notável o suficiente para casar com Faustina de Vescovi, filha de um nobre veneziano. Ela foi uma boa esposa, que aturava seu gênio intratável e lhe deu dois filhos e cinco filhas.

A próxima encomenda foi pintar as paredes e tetos da Escola de São Marcos, obra de enorme esforço e auto-aprendizado para Tintoretto, que pode ainda ser vista como uma homenagem brilhante a seu próprio gênio. O prédio foi iniciado em 1525 e era deficiente em iluminação. A pintura começou em 1560, após vários pintores, incluindo Veronese terem sido consultados. Tintoretto assegurou a obra doando um quadro, São Rocco recebido no Céu. Completou então a primeira sala. Em 1565 reiniciou os trabalhos com Crucificação, A Praga das Serpentes, Festividades da Páscoa e Moisés quebrando as Tábuas.

Robusti em seguida se lançou na empreitada de decorar a escola adjacente à igreja de São Roque. Descontando alguns detalhes menores, os edifícios contém sessenta e cinco memoráveis pinturas, que podem ser descritas como cenas variadas e sugestivas, com maestria e adaptadas para serem vistas a meia-luz. Adão e Eva, Visitação, Adoração dos Magos, O Massacre dos inocentes, Agonia no Horto, Cristo ante Pilatos, Cristo carregando a Cruz e Assunção da Virgem são as melhores.

Paralelamente Tintoretto começou vários afrescos no palácio ducal, Excomunhão de Barbarrosa e Vitória de Lepanto, que foram destruídos no grande incêndio de 1577, e um retrato do duque Girolamo e várias obras menores.

Agora alcançamos a obra que coroaria o trabalho de Tintoretto, a última pintura de importância que executou, a vasta Paraiso, considerada a maior pintura jamais feita sobre uma tela, por seu enorme tamanho. É estupenda pela escala, pela pureza da inspiração da alma, com apaixonada imaginação visual e uma mão mágica para as formas e cores que desafiou os especialistas por três séculos. Ele trabalhou na obra em estúdio, levando-a para o local definitivo e dando os retoques finais com a ajuda de seu filho Domenico. Toda Veneza o aplaudiu.

Depois de completar o Paraiso, Jacopo Robusti tomou uma vida mais descansada, não realizando mais nenhum trabalho relevante, e passou um final de vida tranquilo. Morreu em 31 de maio de 1594 de uma doença que começou como uma dor de estômago, seguida de febre. Foi enterrado na igreja da madona do Horto, ao lado de sua filha Marietta, ela mesma retratista e música, que trabalhou como assistente do pai vestida como um menino. Em 1866 a tumba dos Vescovi e Robusti foi exumada e encontrados restos de nove membros da família.

Além dos filhos, teve poucos pupilos, valendo ser citado Martin de Vos. Existem influências de Tintoretto na obra do contemporâneo Veronese e na do espanhol El Greco, que conheceu sua obra numa viagem a Veneza.

Tintoretto saiu pouco de Veneza. Ele amava todas as artes, tocava vários instrumentos musicais, alguns de sua invenção, desenhou roupas e adereços para o teatro, era versado em mecânica e era uma companhia agradável. Dificilmente admitia algum amigo no local de trabalho e mantinha suas idéias e modelos escondidas dos olhares, mesmo de seus assistentes. Usava, por insistência da esposa, a roupa de um cidadão de Veneza.

A obra de Tintoretto é desigual, às vezes pintava muito rápido, com uma capacidade impressionante de trabalho. Seus contemporâneos diziam que Tintoretto em algumas obras era igual a Ticiano, em outras era pior que Tintoretto.

A comparação da Última Ceia de Tintoretto com a de Leonardo dá uma demonstração instrutiva sobre como o estilo artístico moveu-se durante o Renascimento. Leonardo é todo clássico reponse. A disciplina se irradia de Cristo em simetria matemática. Nas mãos de Tintoretto, o mesmo evento é dramaticamente distorcido, enquanto as figuras humanas são elevadas pela erupção do espírito humano. Pelo dinamismo de sua composição, seu uso dramático da luz e seus efeitos de perspectiva, parece um artista barroco antes da hora.

Locais onde se encontram obras do artista:

A Adoração dos Reis Magos é uma pintura a óleo sobre tela, com cinco metros de comprimento e dois de altura, pintada por Tintoretto, e que deixou de ser referenciada a partir do século XVIII. Segundo alguns especialistas e investigadores, esta obra encontra-se no mosteiro de Singeverga em Santo Tirso. a obra foi doada por particulares em 6 de Janeiro de 2005.



Rembrandt: A Ronda Noturna

Uma das obras mais famosas de Rembrandt, é A Ronda da Noite. Quando o quadro foi pintado (entre 1640 e 1642) foi designado "A Companhia de Frans Banning Cocq e Willem von Ruytenburch". A designação Ronda da Noite apenas apareceu no princípio do século XIX. A origem deste título surge de uma equivocação de interpretação, nessa altura, o quadro estava bastante deteriorado e obscurecido pela oxidação do verniz e as suas figuras eram quase indistinguíveis, a obra assemelhava-se a uma cena nocturna. Depois do seu restauro em 1947, onde se eliminou o verniz obscurecido, descobriu-se que o título não se ajustava à realidade, já que a acção se desenvolve de dia, na penumbra .
A obra foi uma encomenda da Corporação de Arcabuzeiros de Amsterdão para decorar a Kloveniersdoelen, sede da companhia. A tela original era de grandes dimensões e no início do século XVIII foi cortada, com o objectivo de decorar uma sala da Câmara Municipal de Amsterdão com dimensões mais modestas. O quadro a óleo sobre tela é ainda uma obra de grandes dimensões – 363 × 437 cm.
O primeiro plano na obra é dominado pelo capitão Capitão Frans Banning Cocq e o seu tenente Willem van Ruytenburch. A mão estendida para a frente e a boca um pouco aberta do capitão indicam-nos que está a falar. Caminha sem olhar para o tenente, que escuta as suas ordens. À direita e à esquerda do portal, outras personagens conversam. A meio da tela, homens de capacetes ou chapéus, estão armados com espadas e lanças, outros ostentam escudos redondos. Alguns apoderam-se de lanças apoiadas na parede do edifício, à direita. Outros saem do portal e abrem caminho através da turba. Os elementos da companhia aparecem captados pelo pintor tal qual os pôde contemplar em numerosas ocasiões no momento em que diariamente se preparavam para formar e sair para percorrer a cidade na sua missão de vigilantes da ordem.
Há também em cena uma personagem feminina que se destaca: tem um vestido dourado, na mão um corno que serve para beber, à cintura uma bolsa e um frango morto, preso pelas patas. A personagem feminina é uma fonte de mistério. Embora a sua estatura não seja muito maior do que a de uma criança, ela está bem realçada no quadro, uma vez que sobre a mesma incide uma luz forte. É uma personagem chave no quadro, não se encontra na penumbra e as sombras não a tocam. Alguns críticos vêm nesta menina um retrato de Saskia van Uylenburgh, primeira esposa do pintor, que faleceu prematuramente no ano em que foi pintada a tela, possivelmente de tuberculose. Saskia era habitual modelo de muitos dos retratos do autor.


O mistério de 'A Ronda da Noite' segundo Greenaway
Segundo o realizador Peter Greenaay, Rembrandt pintou A Ronda da Noite para denunciar o assassínio de uma das pessoas que deveria ter sido representada no quadro, e apontar os culpados, nele imortalizados.
Greenaway chama à obra-prima "o j'accuse de Rembrandt". Um corajoso ataque aos burgueses que encomendaram e pagaram a tela, e estavam envolvidos numa cabala para obter mais dinheiro, influência, proeminência social e mais poder em Amesterdão, na altura a cidade mais rica e próspera do Ocidente.
De acordo com Greenaway, a originalidade formal da famosa tela mais não é do que a maneira que o artista encontrou para semear as pistas alegóricas que permitiriam aos bons observadores desvendar o mistério e identificar os assassinos, sob a forma de várias "anomalias" pictóricas.
Esta tese está exposta no filme do realizador, A Ronda da Noite. O cineasta vai mais longe. Na sua opinião, Rembrandt pagou muito caro a ousadia. O artista terá ficado arruinado e perdido a sua posição social e os favores dos poderosos e influentes, não pelo gosto em pintura e a moda artística terem mudado nessa altura na Holanda, mas devido a uma conspiração dos visados no quadro, que o desacreditaram moral e socialmente, e levaram à penúria.


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